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A HQ que lembrou meu trabalho como psicólogo

Atualizado: 22 de ago. de 2019

A HQ do Homem de Ferro, O demônio na garrafa, me fez lembrar o período da minha vida quando estudei e trabalhei na Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD)/ Escola Paulista de Medicina.


Durante três anos, presenciei o sofrimento daqueles que desejam livrar-se do uso abusivo de álcool, além da sua luta contra o preconceito social, em razão do pouco conhecimento das pessoas a respeito do que é ser dependente químico.


Vivenciei a força motivacional da terapia de grupo e a importância dos vínculos afetivos para que a pessoa encontrasse um caminho longe do uso abusivo do álcool. Foi na UNIAD que revi paradigmas e mergulhei nas questões do uso de drogas lícitas e ilícitas. De lá para cá, sempre que posso volto para fazer novos cursos.


Aprendi por exemplo, que durante o último século, o consumo de substâncias psicoativas e o uso abusivo de álcool e/ou tabaco deixou de ser entendido como um desvio de caráter e passou a ser visto como doença.


Essa alteração de paradigma repercutiu nas estratégias de tratamento. Na visão moderna, alcoolismo é doença e o foco do tratamento está no desenvolvimento de condições para que a pessoa possa se reabilitar e ir além da abstinência. A preocupação é com a oferta de situações para que ela mantenha as conquistas alcançadas durante o tratamento e no investimento em ações que a levem a comprometer-se com mudanças no seu estilo de vida.


A introdução do aconselhamento familiar como parte do tratamento foi outra mudança muito importante, pois possibilitou a compreensão do dependente no cotidiano, na sua vida familiar. Por outro lado, com relação à família, o aconselhamento permitiu que ela desenvolvesse maior equilíbrio emocional para enfrentar as dificuldades e dar maior suporte ao dependente.



Apesar das mudanças, ainda temos um longo caminho a percorrer para vencer a desinformação, o preconceito e acabarmos de vez com os comentários preconceituosos não só com relação ao dependente, mas, também, com relação aos seus familiares.

Gostaria que esse texto, assim como o da a HQ, leve as pessoas a ter mais compreensão a respeito do problema.

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